quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Bactérias adaptam-se mil vezes mais depressa do que se admitia


Em declarações à agência Lusa, Isabel Gordo, umas das quatro investigadoras do Instituto Gulbenkian de Ciência, explicou que as bactérias "adaptam-se muito mais rapidamente do que até agora era admitido".
"Pensava-se que tinham uma capacidade de adaptação mil vezes inferior ao que observámos. Este estudo é um contributo substancial para a compreensão de um problema central na teoria da evolução", afirmou.
De acordo com a responsável, as conclusões desta pesquisa "têm implicações importantes ao nível da saúde pública, nomeadamente na resistência a antibióticos e medicamentos".
"Seriam precisos cerca de vinte mil anos para tirar conclusões de um processo semelhante na espécie humana, já que o estudo analisou mil gerações de bactérias e, em humanos, cerca de 20 anos separam cada geração", explicou.
Este é o primeiro trabalho da investigadora que será publicado na revista Science, motivo de enorme satisfação e orgulho para Isabel Gordo, bem como para as três colegas que consigo trabalharam neste projecto.
"A Science é tudo o que um investigador pode querer no seu currículo", afirmou. Esta será a quinta publicação do Instituto Gulbenkian de Ciência na Science e nas revistas do grupo Nature, só em 2007.

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