Doentes com artrite eram excluídos
"Vem resolver um problema de desigualdade gritante no acesso" aos tratamentos. É desta forma que o reumatologista António Vilar comenta a decisão do Governo de disponibilizar gratuitamente os medicamentos para a artrite reumatóide e outras quatro doenças (espondilite anquilosante, artrite psoriática, artrite idiopática juvenil poliarticular e psoríase em placas) nos hospitais, mesmo quando a receita é de um especialista externo. O médico explica que estes medicamentos já eram gratuitos, contudo, na prática, era como se não fossem. Como estavam apenas disponíveis nas farmácias hospitalares, os doentes só podiam obtê-los, gratuitamente, se fossem receitados por um especialista do próprio hospital. E não podiam comprá-los. O problema é que a esmagadora maioria dos pacientes é tratada fora destas unidades, explica, como no Instituto Português de Reumatologia. Uma situação que há seis anos tem feito a Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) desdobrar-se em pedidos à tutela para ver a situação resolvida. António Vilar vê ainda com bons olhos a decisão de cobrar os tratamentos, não ao hospital, mas à Administração Regional de Saúde. E lembra que havia até aqui um claro efeito de "funil" no acesso, porque cada autorização de dispensa estava envolta em "burocracias". "Nos primeiros seis meses do ano passado, os Hospitais da Universidade de Coimbra não tinham um único doente em tratamento com remédios biológicos. Alguém acredita que em todo o centro não havia nenhum doente?", exemplifica. O médico espera agora que a lista seja alargada a outros fármacos, além do que integra a portaria assinada pelo Ministério da Saúde, divulgada ontem pelo DN.
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