"Myanmar: Milhares de mortos no massacre lançados na selva.
Milhares de manifestantes morreram em Myanmar nos protestos contra a junta militar que governa o país, tendo centenas de corpos de monges executados sido lançados na selva, noticia hoje o Daily Mail, citando um antigo membro agente secreto da junta birmanesa, Hla Win.
«Foram mortas nos últimos dias muito mais pessoas do que vocês ouviram dizer. Podem ser contados alguns milhares de corpos», disse Hla Win, o oficial dissidente de mais alta patente até à data.
Win, que falava em conjunto com um diplomata sueco que afirmava que a revolta tinha falhado, disse que fugiu quando lhe foi ordenado que participasse no messacre dos monges.
O ex-oficial já se encontra na fronteira com a Tailândia."
«Foram mortas nos últimos dias muito mais pessoas do que vocês ouviram dizer. Podem ser contados alguns milhares de corpos», disse Hla Win, o oficial dissidente de mais alta patente até à data.
Win, que falava em conjunto com um diplomata sueco que afirmava que a revolta tinha falhado, disse que fugiu quando lhe foi ordenado que participasse no messacre dos monges.
O ex-oficial já se encontra na fronteira com a Tailândia."
"República independente desde 1948, Myanmar é governada com pulso de ferro por uma Junta Militar, há 45 anos. No poder em 1962, com um golpe militar, os generais assumem os destinos do país (ainda com a designação Birmânia). Ne Win inaugura o que classifica como “a via birmanesa para o socialismo” – nacionaliza a economia, cria um Estado unipartidário e extingue a imprensa independente. Está instalada a ditadura. Aung San Suu Kyi é a face visível da oposição ao regime, desde o final dos anos 80, quando a população acorda de um estado letárgico de 26 anos, desde o início da ditadura de Ne Win. Quase 30 anos depois do golpe militar de 62, o general convertera um dos países mais prósperos da Ásia num dos mais pobres do Mundo. Nas universidades, começam os primeiros protestos pró-democracia, detonados pela degradação da economia. Agosto de 1988 fica registado na História, com centenas de estudantes a morrer às mãos da repressão militar contra as manifestações, em Rangun. Conscientes da febre revolucionária que se vive no país, os generais convocam eleições livres, mas sem imaginar a dramática derrota que esperava o regime: A Liga Nacional pela Democracia (LND) conquista 396 dos 485 assentos parlamentares. Ainda assim, os militares negam-se a transferir o Governo. A Junta Militar permanece, ilegalmente, no poder. É redigida uma nova Constituição e os deputados eleitos da LND constituem um Governo no exílio. Em 1989, a Junta adopta a designação de Myanmar, em vez de Birmânia.Em 1991, Aung San Suu Kyi, líder da LND, símbolo internacional da resistência pacífica e filha do general Aung San – herói da independência - recebe o Nobel da Paz, sob prisão domiciliária que se prolonga até à actualidade. Em 2006, é pela primeira vez permitido o contacto internacional de Suu Kyi, numa entrevista com o enviado especial das Nações Unidas. “A revolução de açafrão” Os protestos começaram em Agosto deste ano, num movimento contras as duras medidas económicas impostas pelo regime – que eleva em 500 por cento o preço dos combustíveis (petróleo e gás). Centenas de activistas são presos. Em Pakokku, um grupo de monges sai às ruas reclamando democracia, recebendo como resposta a agressão do Exército (em Myanmar, os monges - cerca de 400 mil - são tradicionalmente venerados, pelo que a sua participação nos protestos tem um peso significativo).O gesto do regime indigna religiosos e população civil. É exigido ao Governo um pedido de desculpas mas, findo o prazo dado para o efeito, os monges saem às ruas, apoiados por milhares de civis. A cor das suas túnicas apelida a revolução que encabeçam de “revolução de açafrão”. Com o passar dos dias, as marchas de protesto budistas ganham politização, com elementos da Liga Nacional pela Democracia entre os manifestantes. Entre 50 a cem mil pessoas saem às ruas de Rangun. O Exército ameaça recorrer à força. Monges e população resistem, desafiando o regime repressivo de mais de quatro décadas."
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